segunda-feira, março 26, 2007
sábado, março 17, 2007
era tarde e eu descia. uma escada muito mais longa do que parece na fotografia. e era tarde de noite, não era a tarde do dia. descia sempre, não olhava para baixo nem cuidava do que lá havia. se lá havia gente ou demónio impenitente, não perguntei, não sabia. afinal havia, e irritado como há muito não via. perguntou-me se sabia o que fazia quando tão doido descia, se tanto ousaria sabendo o que me esperaria, e logo me mostrou que me arrependeria. ainda mais insuportável ficaria o criaturo, em estúpida estupenda gritaria. arrepia daqui caminho de volta acima, arrepia, e para tal interrompo-te o degrau. e mordeu, mordeu, mordeu o metal. e tão bem o fez que dali eu não passaria. se queria mover-me: subiria. ainda hoje abençoaria, se para tal poder tivesse, esse dia.
terça-feira, março 13, 2007
abandonaram um carro aqui perto. alguns pneus estavam vazios. "mas estou impecavelmente maquilhada e pronta para outro tudo", parecia berrar esta nova prostituta aqui lançada às feras e ao esquecimento. não se esqueceram de pintar, com discernimento, "il-legal.org". na minha senda de fautor do bem, declaro aqui que o .org passa a ser um org.asmo.dos.bons. para dar alguma paz a esta alma de chapa que muito embraiou por alguém.
segunda-feira, março 12, 2007
domingo, março 11, 2007
ben chasny: já nem me lembrava de que tinha este gajo dentro da memória do cartão do telemóvel. toca guitarra, muito bem, e com muita gente boa: current 93, comets on fire, charalambides, badgerlore, devendra banhart, august born. e também toca na banda que inventou para a vida que não se farta de espremer: six organs of admittance. tenho-o por aqui espalhado em fotografias, há-de voltar a aparecer.
sábado, março 10, 2007
segunda-feira, março 05, 2007
em serralves, num sábado à noite, com bilhetes para um concerto da little annie em que também apareceu a baby dee, breve maravilha, três canções, minha velha conhecida. little annie e baby dee. ao contrário do que possa parecer, não é programa para crianças. muito menos para a maior parte dos adultos que andam por aqui a adultar. já passa da hora de jantar e estou indefinidamente à vossa espera, suas damas e seus vagabundos, meus amor e amigos. estou tão encharcado e irritado que já consigo fotografar serralves de modo a parecer feia, desolada, tão sujeita como nós a essa desgraça dos dias e das noites, da luz e da escuridão, dada à vigília e denunciada aos donos do sono. estranho? não, serralves é uma mulher como nós.