quarta-feira, fevereiro 28, 2007

não vejo razão para não fazer playlists ilustradas com fotografias dos sons que ouço, e, como se sabe mas frequentemente se esquece, os olhos também comem. ora, se comem, também ouvem. e como também se sabe, as sinestesias são como as cerejas, vêm umas atrás das outras, e, portanto, os olhos têm a obrigação de lamber e deliciarem-se com o cheirinho de música como a que estes senhores (ainda) fazem. xtc, fase tardia e inspiradíssima, "assemblaged" numa "apple box".

terça-feira, fevereiro 27, 2007

couro negro. pareço uma máscara para violências, a safa dos safados, a desculpa dos violentos, a praia dos descuidados. sou uma cadeira, e aqui senta-se de tudo. sente-se tudo. palavra de honra (sempre quis dizer esta frase).

sábado, fevereiro 24, 2007

o céu já foi cinzento, já caiu com toda a força sobre um pano novo, pendurado para durar, resistir. agora o céu está azul de verão e o pano tipo bandeira morreu. quem o baixará e lhe dará sepulcro?

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

que confortáveis estamos ali. que contentes, e a que altitude. vamos fazer isto todos os dias, está combinado.
tv can play numerous tricks 2: tv can be rosemarie's babee.

domingo, fevereiro 18, 2007


nenhum grande português foi morto ou ferido na realização desta fotografia. é só tv, e eu gosto de fotografar a tv.

sábado, fevereiro 17, 2007

terra a enfiar-se nos dedos dos pés. pequeninas luzes que não conseguíamos agarrar, nem quando caíam ao chão. a mulher bonita a passear por ali, meio a brincar, meio a brincar ao sério, toda maravilhosa.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

the center of things. light! after dark
só consigo lembrar-me de "blackwater", dos rain tree crow. canção e clip. está, glorioso, no iutubo. esta tarde foi uma bela tarde. passámos por aqui já tarde e fizemos o que se deve fazer quando tudo arde.
fotografou-me pele, pêlo e clavícula. nunca ninguém fez tanto por alguém tão tonto com um clique tão claro. a linha branca podia ser uma cicatriz, mas eu não deixo. é o sol...
isto são saudades de areia. de água. de sonos. de leituras. de mergulhos. de arrepios. de gelados. de sombrinhas improvisadas. de beijos. de arrepios. de beijos. de sonos.
...and now we finally go personal. this is Person, this is my love.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

às vezes aparecem cristais na minha noite. kristallnachts simpáticas.

a minha sobrinha passa por cá e fica sempre um rasto de heróis, princesas e fadinhas. quem me dera não ser um velho e fazer uma festa com o que ela deixa de migalhas.




sábado, fevereiro 10, 2007

the blue cathedral

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

tv can play numerous tricks, like making real people believe in ghosts
é aqui nesta terra, e só aqui nesta terra, que vale a pena lutar pelo nosso direito a sermos feitos de carne.
(não só, mas também) é disto que a minha gente gosta

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

gosto das mesas da cafetaria da casa da música, que têm espelhos, e por isso nunca são as mesmas, como nós. naquele dia, não tinha ninguém à minha frente. apanhei a mesa em flagrante quando reflectia a parede almofadada, uma coisa de loucos.
somos um bosque, mas se olhares de perto e devagar, somos um exército de zombies.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

eu aprendi a fazer tranças. já não sei quem me ensinou a fazer tranças. já não sei a quem fiz essas primeiras tranças, nem aquelas outras que fiz uns dias depois àquela outra miúda. já nem sei se sei fazer tranças. já não gosto muito de tranças.
sou só um chão. hau, hau.
perguntam-me se é pedir muito. respondo que não, até é pouco, quase nada. mas não.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

ceci n'est pas une antenna dans ma chambre. ceci n'est pas le couleur des murs de ma chambre. nevertheless, this is an antenna in my room. quid juris?
Podemos ver uma pessoa como uma pintura, muito muito de perto, e com a luz a incidir do lado certo. Pode só ver-se violência de traço(s) e hesitações. Bocados de tinta a formarem relevos e irrelevâncias. Texturas, rugas, vida, ou um simples Homem Plano. Se o Homem Plano acordar em terror por ter sonhado que engravidou de uma terceira dimensão, melhor. É uma das coisas pelas quais vale a pena esperar. Em certos casos, ficamos por aqui a esperar sentados.
Afinal, chegou e era bom e coisa de paz.
Something wicked this way comes.
Este blog é uma pequenina aventurita pelo meu olhar, e pelo que dele faz ou desfaz a minha amiga câmara. Provavelmente, haverá palavras, como agora. Desejavelmente poucas, eventualmente muitas. Modus operandi incerto... Modus contemplandi, modus contemplandi...
Nem tudo o que parece é.
A sombra negra dos dedos no pano cinzento que cobre as cores do que está por ver. Por vir.