era tarde e eu descia. uma escada muito mais longa do que parece na fotografia. e era tarde de noite, não era a tarde do dia. descia sempre, não olhava para baixo nem cuidava do que lá havia. se lá havia gente ou demónio impenitente, não perguntei, não sabia. afinal havia, e irritado como há muito não via. perguntou-me se sabia o que fazia quando tão doido descia, se tanto ousaria sabendo o que me esperaria, e logo me mostrou que me arrependeria. ainda mais insuportável ficaria o criaturo, em estúpida estupenda gritaria. arrepia daqui caminho de volta acima, arrepia, e para tal interrompo-te o degrau. e mordeu, mordeu, mordeu o metal. e tão bem o fez que dali eu não passaria. se queria mover-me: subiria. ainda hoje abençoaria, se para tal poder tivesse, esse dia.
sábado, março 17, 2007
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1 Comments:
brilhante texto.
em arrepio.
B.
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